País apresenta crescimento bem menor do que China, Índia e Rússia e vem sendo alvo de desconfiança por parte dos investidores

O mesmo Brasil que até pouco tempo era incensado por investidores do mundo todo parece ter sido mandado para a coxia. Entre os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), ele é o que está crescendo menos, a aversão a risco em relação ao País só aumenta e o Brasil passou de estrela a lanterninha do grupo.

"Há uma desaceleração considerável no Brasil e alguns investidores estão pensando: 'hei, deve haver algum problema aí'", comentou o estrategista Albert Ades, do Bank of America Merrill Lynch (BofAML), em entrevista à Agência Estado.

A presidente Dilma Rousseff resolveu atacar de forma "específica" as distorções do sistema de impostos, um dos entraves ao crescimento da economia. Ao classificar de "inadequada" a tributação brasileira, Dilma fez questão de enfatizar que a opção é fazer mudanças pontuais. "Já tentamos duas vezes fazer uma reforma de maior fôlego. Resolvemos agora atuar, em vez de ficar discutindo se a reforma sai ou não sai."

Dilma deixou claro, em discurso ontem na abertura da marcha dos prefeitos, em Brasília, que uma das primeiras áreas que serão atacadas é a de energia. "Não conheço muitos países que tributam energia elétrica. Nós tributamos. Tem várias formas de tributação nossa que são regressivas."

A poupança por um fio

Governo deve anunciar hoje mudanças que reduzem a rentabilidade da caderneta. Objetivo é permitir quedas maiores nos juros

A presidente Dilma Rousseff deve anunciar hoje mudanças nas regras da poupança, que, na prática, deverá ter sua rentabilidade reduzida. Segundo o governo, a remuneração da aplicação mais popular do país é uma das principais barreiras para uma queda mais acentuada nas taxas de juros.

A ideia do governo é abrir espaço para que o juro real (descontada a inflação) da economia possa recuar para 2% ao ano no médio prazo. Atualmente, com a taxa básica (Selic) em 9% ao ano, o juro real é de aproximadamente 3,3%. Entre as possibilidades em discussão está tributar o investimento – hoje isento de Imposto de Renda (IR) – ou atrelar a sua remuneração à Selic.

Determinado por lei, o rendimento mínimo da poupança equivale à variação da TR (Taxa Referencial) mais 6,17% ao ano. Mas, com a queda da taxa básica determinada pelo Banco Central, a caderneta ficará cada vez mais atraente em relação a outras aplicações, como fundo de investimento de renda fixa, que pagam Imposto de Renda e taxa administrativa.


 

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