Especialistas dizem que parcelamentos não devem superar 30% da renda, mas cada caso é diferente. Para não ter problemas, é preciso conhecer seus limites

Em média, 43% da renda anual dos brasileiros está comprometida com parcelamentos ou débitos em atraso, de acordo com dados do Banco Central. O patamar é preocupante, pois mina o poder de investimento das famílias e encarece o custo efetivo total dos bens adquiridos. Para especialistas, o patamar saudável de endividamento máximo é de 30% da renda. Mesmo assim, é preciso ter planejamento e responsabilidade para que as contas não fujam do controle.

A dica é colocar o orçamento familiar no papel e elencar todas as dívidas por ordem de prioridade. “A partir deste momento, a família tem noção de o quanto está comprometido e o que deve ser priorizado. Muita gente nem tem noção de que os parcelamentos consomem grande parte do orçamento. Quando se dá conta, 50% do salário já está reservado para estes fins”, afirma o economista e especialista em educação financeira Altemir Farinhas.

Ele afirma ainda que existem dívidas prioritárias e outras que devem ser evitadas e que cada pessoa tem um patamar aceitável de dívidas. “O financiamento de uma casa é diferente de uma dívida de cartão de crédito”, exemplifica.

Neste sentido, os dados do BC estão cada vez menos preocupantes. Desconsiderando as dívidas de crédito habitacional, o endividamento familiar médio é de 30,53%. Ainda que alto, é o menor percentual nos últimos 24 meses. “Isso mostra que cada vez mais há substituição do pagamento de aluguel pela prestação da casa própria. Não é apenas uma dívida, é investimento”, explica o especialista em finanças pessoais e diretor da Mais Ativos Educação Financeira, Newton Machado. As dívidas imobiliárias são, tradicionalmente, de longo prazo e baixa inadimplência.

Farinhas admite que com a queda nas taxas de juros nos últimos meses, as dívidas tendem a ser menos nocivas, mas mesmo assim é necessário ter um controle bem rígido das parcelas. “O uso consciente do crédito e do parcelamento é fundamental em um cenário de baixos juros. Não é proibido se endividar, mas é preciso controlar o cálculo e definir um limite”, afirma.

Não seja engolido

Confira alguns passos para tentar evitar perder o controle com as dívidas familiares

Limite

O limite máximo que as prestações devem pesar sobre o orçamento é de até um terço do rendimento mensal disponível. Nessa porcentagem, devem estar incluídas as prestações da casa e carro, por exemplo.

Controle

Juros baixos permitem mais controle das dívidas. Não é proibido comprometer a renda com as prestações, mas é indicado negociar as taxas para que o custo efetivo total do financiamento não seja muito aquém do valor do bem adquirido.

Poupança

Sempre que possível, reserve parte do orçamento para a poupança. O dinheiro acumulado pode servir para um imprevisto e evitar dívidas incontroláveis. Para a aquisição de um bem, quanto maior o montante de entrada, menor o comprometimento futuro. O ideal é reservar uma quantia mensal ‘sagrada’. 10% é a proporção mínima ideal.

Planejamento

No início do ano, faça um orçamento familiar padrão. A cada mês, reavalie as despesas. Ter noção do gasto mensal – e das diferenças entre as épocas do ano – ajuda a manter as contas sob controle.

Padrão

Em grandes aquisições, como casas e carros, tenha em mente o seu nível de investimentos normal, de acordo com a renda familiar. Pense duas vezes antes de comprar algo que fuja desse padrão.

Investimento x consumo

Se endividar por uma prestação de casa própria é um investimento. Comprometer grande parte do orçamento com parcelas de um celular, por exemplo, e que dali um ano será trocado, pode ser venenoso para as contas familiares.

Labirinto

Quitar dívidas anteriores é um dos principais objetivos para a contratação de empréstimos. No momento que decidir por isso, tenha certeza de que a nova prestação será mais barata.

Publicado em 19/03/2013
Fonte: Site Gazeta do Povo

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